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Um estudo publicado prova a importância do plano alimentar com base na individualidade bioquímica. O artigo mostra que o consumo de azeite extra virgem levou a obesidade e resistência à insulina. Como pode isso? Cada um responde de maneira diferente para cada alimento. “Ahh, mas o artigo fala que o consumo foi em excesso”, justamente, mais uma prova de que tudo que é saudável em excesso pode ser ruim, mas o excesso para uma pessoa pode ser apenas uma colher de sopa. É claro que existem muitos artigos com uma série de benefícios do azeite extra virgem inclusive na obesidade e resistência à insulina. De fato, muitas pessoas respondem bem para muitos alimentos saudáveis como o azeite, por exemplo, mas o que é saudável para uma pessoa pode não ser para a outra, o que determina isso, está na capacidade de resposta de cada célula, uma célula pode ou não estar preparada para receber aquele alimento. Um exemplo das oleaginosas, que são as castanhas, nozes, amêndoas, tem uma série de benefícios na saúde, mas podem desenvolver acne em algumas pessoas, alterações gastrointestinais, dores de cabeça, problemas dermatológicos. Ai você passa por  uma outra situação onde recomendaram a você o consumo diário de 2 laranjas e/ou tomar suplementação de vitamina C, sendo bom para a gripe como justificativa, mas bom para quem? Todo paciente pode seguir essa conduta? O paciente pode ou precisa dessa suplementação? E a dosagem? É a mesma para todo mundo? E se esse paciente tiver crises de enxaqueca? Será que a pessoa que orientou sabe que a laranja possui substâncias excitatórias e que pode acentuar a crise? Pois bem, a nutrição está na boca do povo, mas o nutricionista é o profissional mais adequado para se falar a respeito e é o único profissional habilitado para fazer a sua prescrição dietética. O nutricionista trabalha com muitas variáveis, a individualidade bioquímica é uma delas, o que é saudável para você pode não ser para outra pessoa. Portanto, de nada adianta gastar dinheiro com um alimento “saudável” que saiu na revista, que passou no globo repórter, que você viu na internet, se não trabalhar o paciente como um todo, afinal, um alimento por si só não tem ação milagrosa e as vezes pode ter efeito ao contrário, é logico que é melhor consumir um azeite extra virgem que um óleo refinado, da mesma forma que é melhor consumir um chocolate preto que branco, mas não use como regra achando que isso será bom pra você e que solucionará o seu problema. Não somos todos iguais, nutrição não é uma receita de bolo e não se faz de modas nem extremismos. A ciência nutricional se constrói todos os dias com evidências científicas e clínicas.

Artigo:
Keita H, Ramírez-San Juan E, Paniagua-Castro N, Garduño-Siciliano L, Quevedo L. The long-term ingestion of a diet high in extra virgin olive oil produces obesity and insulin resistance but protects endothelial function in rats: a preliminary study. Diabetol Metab Syndr. 2013 Sep 18;5(1):53. doi: 10.1186/1758-5996-5-53.


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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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