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Diabetes tem cura?
O diabetes tipo 2, anteriormente chamado de diabetes de início na idade adulta, está afetando um número cada vez maior. Mais alarmante ainda é seu surgimento em adolescentes e crianças. Com o aumento das taxas de obesidade infantil, a doença tornou-se mais comum em jovens, especialmente em certos grupos étnicos.
Nos EUA, o Estudo SEARCH sobre Diabetes em Jovens revelou que o diabetes tipo 2 representava apenas 6% dos novos casos de diabetes em crianças brancas não hispânicas de 10 a 19 anos, mas variava de 22% a 76% em outros grupos étnicos. As maiores taxas foram observadas em jovens asiáticos, das ilhas do Pacífico e nativos americanos.
Embora os genes herdados possam influenciar o desenvolvimento do diabetes tipo 2, fatores comportamentais e de estilo de vida têm um papel mais decisivo. Dados do Nurses’ Health Study sugerem que 90% dos casos de diabetes tipo 2 em mulheres podem ser atribuídos a cinco fatores: excesso de peso, sedentarismo, dieta pouco saudável, tabagismo e álcool.
Em um grupo de 85.000 enfermeiras casadas, 3.300 desenvolveram diabetes tipo 2 em 16 anos. Aquelas no grupo de baixo risco tiveram 90% menos probabilidade de desenvolver a doença em comparação às demais. Considerou-se “baixo risco” ter peso saudável (IMC abaixo de 25), dieta balanceada, 30 minutos ou mais de exercício diário, não fumar e evitar álcool.
Padrões semelhantes se aplicam a homens. Dados do Health Professionals Follow-up Study indicam que uma dieta “ocidental” (rica em alimentos processados e gordurosos), combinada com sedentarismo e excesso de peso, aumenta drasticamente o risco de diabetes tipo 2 em homens.
Prevenção:
Diabetes tem cura? Antes disso, o mais importante é que vários ensaios clínicos reforçam a ideia de que o diabetes tipo 2 é evitável. O Diabetes Prevention Program analisou o impacto da perda de peso e do aumento de exercícios em pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue (pré-diabetes). No grupo que adotou mudanças no estilo de vida, houve 58% menos casos de diabetes após três anos em comparação ao grupo de cuidados convencionais. Mesmo após o fim do programa, os benefícios persistiram: o risco de diabetes permaneceu reduzido, ainda que em menor grau, por até 10 anos.
Resultados similares foram observados em um estudo finlandês sobre perda de peso, exercícios e mudança na dieta, e em um estudo chinês focado em alimentação e atividade física.
Diabetes tem cura?
Quando alguém diz que “reverteu” o diabetes, isso significa que conseguiu suspender medicamentos após mudanças como perda de peso, dieta saudável e exercícios. Se o pré-diabetes, o diabetes tipo 2 ou o diabetes gestacional forem detectados precocemente e houver adoção imediata de hábitos saudáveis, pode ser possível reverter ou interromper a progressão da doença, mas não a cura. Ainda não podemos falar em cura e sim remissão, uma vez diagnosticada a diabetes, a pessoa sempre será diabética, e deverá ter um bom controle e monitoramento. O que acontece é que essa “reversão” decorreu de um tratamento adequado, está bem controlada sem precisar de medicamentos, então a pessoa entende que foi curada, mas na verdade caso volte aos hábitos anteriores provavelmente voltará a dar sinais. O controle através de exames anuais também deve ser continuado.
É importante destacar que se essas condições não forem diagnosticadas cedo ou forem mal controladas por longo prazo, as células do pâncreas podem sofrer danos permanentes, perdendo a capacidade de produzir insulina. Nesse caso, apenas dieta e exercício podem não ser suficientes, exigindo medicamentos contínuos.
The Nutrition Source – Harvard
Sociedade Brasileira de Diabetes
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© 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.
As informações contidas neste site não caracterizam um atendimento. É importante considerar os aspectos individuais para que o tratamento seja melhor direcionado.