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O desejo por doces, que também pode ser por qualquer alimento, está ligado a vários fatores. Um dos primeiros passos é diminuir o consumo de doces para dessensibilizar o organismo, pois o doce aumenta a sensação de prazer e será mais um gatilho para a compulsão. Outra explicação é pelo possível quadro de resistência à insulina, o aumento do consumo de açúcar, alimentos refinados como arroz, branco, pão branco, macarrão branco, gorduras trans, saturada, alimentos industrializados, gera um quadro crônico de inflamação e a funcionalidade da insulina fica prejudicada. A insulina tem efeito inibitório imediato sobre a fome, ela faz colocar a glicose para dentro da célula e em um quadro de resistência à insulina isso não ocorrerá, fazendo com que o corpo necessite de mais energia, desencadeando então os sintomas de compulsão.
O consumo de alimentos refinados, açúcar, industrializados, gorduras trans, também leva ao estresse oxidativo. O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio na produção de espécies reativas de oxigênio(ROS), uma família de radicais livres, que altera de forma significativa a função celular. Os radicais livres exercem importantes funções no organismo, mas o grande problema é quando há uma maior produção e menor remoção. A produção de radicais livres também é desencadeada pelo estresse emocional, fatores ambientais, bebidas alcoólicas, medicamentos, privação alimentar (mais que 3 horas sem alimentar), levando ao aumento do cortisol e um dos comportamentos mais associados ao estresse é a compulsão alimentar. É importante o aporte de nutrientes como magnésio, zinco, selênio, cromo, vitamina B6, vitamina C, vitamina B9, pois além de atuarem na defesa antioxidante, combatendo o estresse, são importantes na produção de neurotransmissores, como a serotonina, melhorando o quadro compulsivo, além de alimentar de 3 em 3 horas, corrigir os possíveis erros alimentares e procurar ter hábitos de vida mais saudáveis. Infelizmente nem sempre é possível mudar o meio em que vivemos, hoje muitas pessoas estão expostas ao estresse crônico levando a consequências ainda mais sérias.
Há muita coisa envolvida, pois além da deficiência de nutrientes e os erros alimentares, o estilo de vida contribui muito para desencadear o sintoma. É importante trabalhar o paciente como um todo para que os benefícios sejam atingidos.

Referências:

Head, K.A.; Kelly, G.S. Nutrients and Botanicals for Treatment of Stress: Adrenal Fatigue, Neurotransmitter Imbalance, Anxiety, and Restless Sleep. Alternative Medicine Review Volume 14, Number 2 2009.

Paschoal, V.; Naves, A.; Fonseca, A.B.B.L. Nutrição Clínica Funcional: Dos Princípios à prática Clínica. São Paulo: Ed. VP, 2007.


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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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