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carne vermelha e endometriose

A relação entre o consumo de carne vermelha e o aumento do risco de endometriose pode ser explicada por diversos mecanismos biológicos. Abaixo, são detalhados os principais fatores envolvidos:

1. Carne Vermelha e Endometriose – Efeitos sobre os hormônios esteroides

Estudos indicam que o consumo regular de carne vermelha está associado à redução dos níveis de globulina ligadora de hormônios (SHBG) e ao aumento das concentrações de estradiol. Como o estrogênio desempenha um papel central na fisiopatologia da endometriose, sua elevação pode induzir condições inflamatórias na endometriose, estimulando certas prostaglandinas.

2. Carne Vermelha e Endometriose – Composição de ácidos graxos

As gorduras animais presentes na carne vermelha, como o ácido palmítico, contribuem para a produção endógena de estrogênio, ampliando ainda mais o risco de desenvolvimento da doença. Além disso, a carne vermelha contém ácido araquidônico, um precursor de moléculas inflamatórias. Em excesso, esse ácido pode intensificar o estado inflamatório, agravando as lesões endometriais.

3. Teor elevado de ferro

O alto conteúdo de ferro heme na carne vermelha também pode ser um fator relevante. O ferro está associado ao aumento do estresse oxidativo e à promoção de um ambiente pró-inflamatório, mecanismos que já foram vinculados à progressão da endometriose. Alguns estudos sugerem que o excesso de ferro pode modular vias fisiológicas envolvidas na doença.

4.  Quantidades

Dados de pesquisas reforçam essa associação: mulheres que consomem mais de duas porções diárias de carne vermelha apresentam um risco 56% maior de desenvolver endometriose em comparação àquelas que ingerem uma porção ou menos por semana.

Conclusão

A combinação de efeitos hormonais, inflamatórios e oxidativos parece explicar a relação entre o consumo de carne vermelha e o risco elevado de endometriose. Sendo assim, reduzir a ingestão desse alimento pode ser uma estratégia relevante para grupos de risco, embora mais estudos sejam necessários para elucidar completamente esses mecanismos.


  1. Yamamoto A, Harris HR, Vitonis F, et al. A prospective cohort study of meat and fish consumption and endometriosis risk. Am J Obstet Gynecol 2018

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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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