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Nova recomendação da OMS reduz pela metade a ingestão diária de açúcar, sendo 25g em torno de 6 colheres de chá cheia. A OMS considera o açúcar adicionado pela pessoa e pela indústria de alimentos em produtos como pães, bolos, biscoitos, bebidas prontas, ketchup, barrinhas de cereais, iogurte com sabores e uma série de produtos que contêm o açúcar em sua composição e ainda, naqueles açúcares naturais presentes no mel e xaropes.
A maioria dos brasileiros consomem mais açúcar do que o recomendado por dia. Este consumo vem aumentando cada vez mais ao longo dos anos.
Vale lembrar que o açúcar não está presente apenas em doces, mas também em alimentos salgados como massas em geral, principalmente as refinadas, que apresentam uma alta carga glicêmia, ou seja, o consumo frequente desses alimentos aumentam absorção de glicose ao contrário dos integrais, que reflete menos sobre a glicemia. O consumo em longo prazo, de uma dieta com carga glicêmica elevada, está associada a um aumento do risco de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares. Uma dieta rica em açúcares e alimentos refinados, favorece a formação de radicais livres, disbiose(aumento de bactérias patogênicas em detrimento das benéficas) e inflamação, e está implicada na etiologia de diversas doenças.  Além disso, o consumo do açúcar produz efeitos que causam dependência, assim como o tabaco e o álcool.
Mas como seria possível consumir 6 colheres de chá de açúcar ao dia? Algumas dicas podem ajudar…

*Procure ter uma alimentação mais natural, ou seja, menos processada, sempre que possível.
*Troque sucos de caixinhas e latinhas por sucos naturais, prefira frutas mais doces para não precisar adoçar ou adoce com apenas 1 colher de chá, ou dê preferência para comer a fruta.
*Evite comprar produtos em que o açúcar, mel, xarope e maltodextrina, estejam nos primeiros ingredientes.
* Troque o adoçante artificial por 100% stévia, os adoçantes artificiais, também alteram a microbiota deixando mais susceptível a doenças metabólicas.
* Opções de açúcares: mascavo, demerara e coco, são ricos em nutrientes, porém o mascavo e demerara possuem alta carga glicêmica, use com moderação. O açúcar de coco seria a melhor opção mas não é acessível a toda população, é um açúcar bem caro.
* Ao fazer bolos, biscoitos etc..reduz pela metade a quantidade de açúcar, se na receita pede 1 xícara, tente fazer com 1/2 xícara a receita toda.
* Prefira alimentos integrais, arroz, pães, biscoitos, bolos, ao comprar um produto integral a farinha integral tem que ser o primeiro ingrediente.
* Adicione fibras nas frutas, sucos e em preparações de bolos, biscoitos e pães.
*Adicione óleo de coco, óleo de abacate, óleo de linhaça, óleo de castanhas em frutas picadas ou sobre o pão, o azeite com ervas ou manteiga de azeite no pão, também são ótimas opções. A presença de óleo e fibras reduzem a absorção de glicose.

A dieta habitual é o principal fator de risco modificável, e a identificação de estratégias simples, para a prevenção e gestão é uma questão de urgência.

Lembre-se sempre de procurar um nutricionista para um plano alimentar adequado e individualizado.

Referências:

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Associação Brasileira de Nutrição. Disponível em: http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1245

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Barclay, A.W.; Petocz, P.; Price, J.M.M.; Flood. V.M.; Prvan, T.; Mitchell, P.; Miller, J.C.B. Glycemic index, glycemic load, and chronic disease risk—a meta-analysis of observational studies. Am. J. Clinical Nutrition, 87: 627 – 637; Mar 2008.

Caruso, L.; Menezes, E.W. Índice glicêmico dos alimentos. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.=J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP. v.19/20, p.49-64, 2000.

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Paschoal V, Naves A, Fonseca ABBL. Nutrição Clínica Funcional: Dos princípios à prática clínica. 1ed. 2010


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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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