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A nutrição exerce papel fundamental no equilíbrio físico, mental e emocional. O consumo de alimentos refinados, açúcares, industrializados, gorduras trans, saturada, pode levar ao estresse oxidativo. O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio na produção de espécies reativas de oxigênio(ROS), uma família de radicais livres, que altera de forma significativa a função celular. Os radicais livres exercem importantes funções no organismo, mas o grande problema é quando há uma maior produção e menor remoção. A produção de radicais livres também é desencadeada pelo estresse emocional, fatores ambientais, bebidas alcoólicas, medicamentos, privação alimentar (mais que 3 horas sem alimentar), levando ao aumento do cortisol e um dos comportamentos mais associados ao estresse são: compulsão alimentar, fadiga, raiva, irritabilidade e insônia. O estresse crônico é um fator para muitas doenças desde dores de cabeça às doenças cardíacas, problemas digestivos às deficiências imunes.
As alergias alimentares também promovem uma situação de estresse orgânico, estimulando o hipotálamo a liberar β-endorfina, promovendo alivio físico e mental. Esta sensação de prazer faz com que o indivíduo consuma novamente o alimento alergênico, promovendo processos inflamatórios liberando ainda mais endorfina, ocorre também liberação de cortisol, adrenalina e noradrenalina mediante a resposta inflamatória, essas reações levam a uma redução de aporte de glicose para a célula, favorecendo sintomas de fadiga, baixa concentração, compulsão alimentar e obesidade.
Além disso, a alteração da microbiota intestinal exerce forte impacto no eixo cérebro-intestino, sendo que as alterações do comportamento estão relacionadas com as diferenças no perfil da microbiota do trato gastrointestinal.
A função da barreira intestinal é mantida por uma flora intestinal bem equilibrada, caso contrário, uma alteração da permeabilidade intestinal, facilita a passagem de macromoléculas que não foram digeridas e metais tóxicos para a corrente sanguínea. As macromoléculas que conseguiram atravessar a mucosa intestinal alterada pode provocar uma reação no organismo a fim de combatê-las, pois são entendidas como antígeno, então há formação de anticorpos e estímulo do sistema complemento e produção de várias substâncias pró-inflamatórias desencadeando vários sinais e sintomas não só locais como sistêmicos, inclusive os distúrbios mentais e emocionais. Essa alteração de permeabilidade intestinal, também leva a má absorção de nutrientes resultando em carências nutricionais, esses nutrientes que não foram absorvidos serão importantes na formação de enzimas antioxidantes e digestivas, hormônios reguladores, neurotransmissores, células de defesa, acido clorídrico, comprometendo também as funções antioxidantes, antialérgicas, antinflamatórias e destoxificante do organismo. O intestino também é conhecido como o segundo cérebro, pois possui um sistema nervoso autônomo, denominado sistema nervoso entérico, que é capaz de executar funções independentemente do sistema nervoso central, a mucosa intestinal também é produtora de vários hormônios, enzimas, neurotransmissores e células de defesa, por isso a importância de manter essa mucosa intestinal íntegra.
É importante uma alimentação adequada em nutrientes e compostos bioativos, corrigir os possíveis erros alimentares e manter a mucosa intestinal equilibrada, que vão ser essenciais para promover um equilíbrio de todos os sistemas do organismo, fazendo que todos os órgãos trabalhem adequadamente.

Referências:

Foster, J.A.; Neufeld, K.M. Gut-brain axis: how the microbiome influences anxiety and depression. Trends Neurosci; 2013.

Krack, A.; Sharma, R.; Figulla, H.R.; Anker, S.D. The importance of the gastrointestinal system in the pathogenesis of heart failure. Eur Heart J. 2005 26, 2368–2374

Carreiro, D. Glúten, toxicidade, reações e sintomas. 1ºed. São Paulo, 2013.

Paschoal, V.; Naves, A.; Fonseca, A.B.B.L. Nutrição Clínica Funcional: Dos Princípios à prática Clínica. São Paulo: Ed. VP, 2007.

Head, K.A.; Kelly, G.S. Nutrients and Botanicals for Treatment of Stress: Adrenal Fatigue, Neurotransmitter Imbalance, Anxiety, and Restless Sleep. Alternative Medicine Review Volume 14, Number 2 2009


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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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