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Vários estudos comprovaram que o leite de vaca contém mais de 25 frações proteínas alergênicas e as mais relacionadas com o processo alérgico são: beta-lactoglobulina, alfa- lactoglobulina, lactoglobulina e caseína. Podemos classificar as alergias em imediata(IgE) e tardia(IgG, IgM). A alergia imediata ocorre com reações logo após o consumo, porém essas alergias apresentam apenas de 1 a 2% das alergias alimentares e a prevalência é maior em crianças de até 5 anos. A alergia mais comum em adultos é a tardia, onde o processo pode ser desencadeado por qualquer proteína alergênica e não se manifesta apenas pela presença do alimento e sim pelo consumo frequente associado a erros alimentares. O consumo frequente dessas proteínas provoca uma inflamação na mucosa intestinal e altera a permeabilidade da mucosa facilitando a passagem de macromoléculas e metais tóxicos para a corrente sanguínea além de promover a má absorção de nutrientes. As macromoléculas que conseguiram atravessar a mucosa intestinal alterada pode provocar uma reação no organismo a fim de combatê-las, pois são entendidas como antígeno, então há formação de anticorpos e estímulo do sistema complemento e produção de várias substâncias pró-inflamatórias. Vários estudos mostraram o leite de vaca e alergia tardia com sintomas não só locais como sistêmicos incluindo, otite, dermatite, rinite, sinusite, bronquite asmática, amidalite, obesidade, aumento da resistência à insulina, aumento na formação de muco, gastrite, enterocolite, esofagite, refluxo, obstipação intestinal, enurese, enxaqueca, fadigas inexplicáveis, artrite reumatoide, falta de concentração, hiperatividade, dislexia e ansiedade.1

Na intolerância à lactose, é uma intolerância ao carboidrato lactose e não às proteínas do leite. Não há envolvimento do sistema imunológico, portanto, não existe alergia à lactose, o mecanismo é apenas uma deficiência enzimática diagnosticada da enzima lactase que hidrolisa a lactose em glicose e galactose para serem absorvidas pela mucosa intestinal. Os sintomas típicos  incluem dor abdominal, sensação de inchaço, flatulência e borborigmos. A conduta para intolerância a lactose é evitar temporariamente leite e produtos lácteos da dieta ou através de produtos isentos de lactose para se obter remissão dos sintomas e depois uma reintrodução gradual de acordo com cada paciente, pode também ser suplementados com a enzima lactase antes do consumo dos produtos lácteos ou o consumo de alimentos com baixos teores, as maiores concentrações de lactose se encontram no leite e sorvete, enquanto que os queijos geralmente contêm quantidades menores.2

Muito se fala na intolerância e alergia imediata, mas a alergia tardia é pouco comentada e hoje já existem muitas evidências científicas e clínicas sobre as diversas alterações causadas no organismo pelo consumo frequente, principalmente em detrimento de uma nutrição adequada, sendo um dos possíveis gatilhos para causa de muitas doenças.

Referências:
1-Carreiro, D.M. Alimentação, Problemas e Solução para Doenças Crônicas. Ed. São Paulo, 2011.
2-Mattar, R.; Mazo, D.F.C. Intolerância a Lactose: Mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6


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    © 2014. Anna Cláudia Loyola - Nutricionista.

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